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24 de Abril de 2024
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    Investigação do PETA revela crueldades por trás da indústria da lã

    (da Redação)

    Foto: Alan Cleaver/Flickr

    Stella McCartney é conhecida por defender a moda livre de crueldade. Comprometida em usar alternativas ao couro e às peles, essa estilista e ativista de direitos animais prova que a moda não tem que existir às custas dos animais. McCartney escolheu incluir a lã em sua coleção; no entanto, ela não o fez sem uma estratégia. As informações são do One Green Planet.

    McCartney intencionalmente utilizou lã da Ovis 21 na Patagônia, uma empresa que fica em uma região criada para proteger pastagens ameaçadas da Patagônia e, ao mesmo tempo, cuidar do bem estar dos animais. A empresa fornecia lã de suas ovelhas para a Patagônia, mas recentemente a realidade veio à tona. Exatamente há um mês atrás, a ONG PETA divulgou uma investigação secreta que expunha técnicas horríveis utilizadas pela Ovis 21, mostrando ovelhas sendo esfoladas vivas, recebendo chutes na cabeça e sendo mutiladas.

    Comentando a notícia, McCartney disse: “Após ter conduzido a nossa própria investigação na Argentina e em toda a cadeia de fornecedores, seguindo-se a uma visão muito angustiante das imagens do PETA dos Estados Unidos, nós imediatamente paramos de comprar lã da Ovis 21″.

    Desde então, McCartney também anunciou planos para desenvolver uma lã totalmente sintética e vegana para incorporar às suas futuras coleções. A Patagônia também decidiu parar de comprar lã da Ovis 21 após a investigação do PETA.

    A realidade, no entanto, é que a Ovis 21 está longe de ser a única empresa a tratar as ovelhas de forma miserável. Apesar desse fato, muitos consumidores ainda não sabem como os animais criados para extração de lã são tratados, nem consideram esse material “cruel”.

    A verdade por trás da lã

    Naturalmente, as ovelhas desenvolvem lã em seus corpos na quantidade suficiente para se manterem aquecidas no inverno e frescas no verão. Porém, as ovelhas domésticas não perdem periodicamente a sua lã e não precisam ser tosquiadas. Para colocar isso em perspectiva, estima-se que 90 por cento das ovelhas do mundo produzam lã. De acordo com o Farm Sanctuary, “Aquelas que eram domesticadas há muito tempo atrás, no entanto, foram cruzadas seletivamente no decorrer dos anos por humanos que procuravam obter lucros mais elevados com a lã”.

    Na natureza, não existe a necessidade de se tosquiar ovelhas, mas por termos transformado a lã de ovelhas em uma mercadoria, esta prática se tornou necessária. Infelizmente, esse processo não traz nenhuma vantagem para o animal. Dave Thomas, chefe de estudos sobre ovelhas da Universidade de Wisconsin, afirma que a tosquia é muito desconfortável para os animais. Quando feita em escala industrial, esse nível de desconforto aumenta exponencialmente.

    Devido à demanda imensa do mercado, as ovelhas exploradas para a produção de lã são tratadas simplesmente como máquinas produtoras. E pelo fato dos funcionários serem geralmente pagos de acordo com o volume, eles trabalham o mais rápido possível, o que leva frequentemente a lesões nos animais. Pelé, caudas, mamas e orelhas são comumente cortados ou arrancados durante o processo de tosquia.

    Uma investigação do PETA em mais de trinta empresas de extração de lã nos Estados Unidos e na Austrália expôs os terríveis abusos que as ovelhas enfrentam diariamente. Os vídeos mostram os tosquiadores chutando, espancando e maltratando ovelhas de diversas formas. Um tosquiador foi pego até mesmo batendo na cabeça de uma ovelha com um martelo. Outro foi flagrado torcendo e em seguida quebrando o pescoço de uma ovelha.

    Além da crueldade que ocorre quando as ovelhas são tratadas como mercadorias que passam por uma linha de produção, há práticas comuns na indústria que, alegando assegurar o “bem-estar” dos animais, são motivos para sérias preocupações.

    Dependendo da linhagem da ovelha, a sua lã pode crescer muito longa e fina, o que causar sérios problemas de saúde para ela se isso não for observado. Por exemplo, a Austrália é um dos maiores produtores de lã do mundo e a raça de ovelha mais comum criada no país é a Merinos. Essas ovelhas são conhecidas por terem uma pelé enrugada, o que significa que haverá mais lã por animal. Mas as rugas são propensas a reter urina e outras substâncias que atraem insetos. As moscas põem ovos na pelé desses animais que, quando eclodem, as larvas podem literalmente comer a ovelha viva.

    Para evitar isso, que é conhecido como “flystrike”, de acontecer, fazendeiros australianos realizam um procedimento cruel chamado “mulesing”, no qual grandes pedaços da pelé são cortados dos animais, sem anestésicos. Isso visa criar uma pelé mais macia e que não irá reter impurezas. A maioria das ovelhas, mesmo após serem mutiladas dessa forma, ainda sofrem mortes dolorosas pelo “flystrike”.

    As ovelhas que sobrevivem, quando a sua produção de lã começa a declinar, são mortas para consumo humano. A cada ano, milhões são enviadas em embarcações super lotadas para países que têm poucas leis bem estaristas. Essas ovelhas são frequentemente mortas por cortes na garganta, e sangram sentindo dores durante horas enquanto ainda estão vivas. Centenas morrem na viagem, por fome e desidratação, pois a maioria não tem acesso a comida ou água. Outras morrem pela disseminação de uma infecção, sendo forçadas a passar horas de pé ou deitadas sobre os seus próprios dejetos.

    Como todos os animais usados para benefício humano, as ovelhas na indústria de lã são vistas como coisas. Quando uma etiqueta de preço determina o valor de algo, tragicamente isso significa que considerações básicas como bem estar ou felicidade estarão longe de serem levadas em conta.

    A boa notícia é que os consumidores não são desprovidos de poder para mudar isso. Na verdade, todo o poder está nas nossas mãos. Pode-se ajudar a colocar um fim a esse comércio cruel, começando com as próprias escolhas do estilo de vida pessoal. Há incontáveis alternativas à lã, sintéticas e livres de crueldade, além de serem mais baratas.

    A indústria da lã, assim como todas as outras que exploram animais, é guiada pelo lucro, e quando os consumidores param de comprar, não haverá mais o mercado para a prática cruel. Nenhum animal deve sofrer em nome de caprichos de moda ou vestuário.

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    Meu Deus, não há o que dizer, monstruoso demais...!😭😭😭😭💔💔💔 continuar lendo