Cardume é flagrado subindo o Rio Cuiabá durante o período de piracema
Durante uma caminhada na manhã do último domingo (23), o escritor e médico Ivens Cuiabano Scaff flagrou um cardume de peixes exibindo uma atividade intensa no Rio Cuiabá. Ele conta que costuma caminhar todas as manhãs de domingo e seu destino final é o Rio Cuiabá. “Estava passando por lá quando vi uma aglomeração de pessoas na Ponte Júlio Muller. Quando me aproximei, vi os peixes. Eles davam encontrões uns nos outros, logo depois de um canal de esgoto que deságua no rio”, disse Ivens ao G1.
O médico e poeta cuiabano, que ocupa uma cadeira na Academia Mato-grossense de Letras, conta que nasceu na beira do rio e quando criança viu por várias vezes esse comportamento dos peixes. Scaff tem inclusive dois poemas que falam sobre o rio que leva o nome da capital mato-grossense, o Kyvaverá e o Não te amo mais Rio Cuiabá. “Tenho saudades do rio. Às vezes caminho a pé e volto”, revelou.
“Achei que eles estavam morrendo, mas um biólogo estava do meu lado e falou que era o acasalamento dos curimbatás [espécie de peixe]”, completou o escritor. Ivens publicou o vídeo em uma rede social e até o momento já ultrapasou 200 mil visualizações e quatro mil compartilhamentos.
O G1 procurou um especialista para explicar o comportamento dos peixes no vídeo. Segundo o professor e biólogo Emerson Giuliano Palácio Favaro, a qualidade da imagen não permite visualizar isso claramente nem a espécie. “O que é possível ver no vídeo é um aglomerado de peixes exibindo uma atividade intensa. Esta atividade pode ser um comportamento reprodutivo, mas também pode ser atividade alimentar”, observou.
Favaro ressaltou ainda que nos dias que antecederam a gravação do vídeo choveu bastante na capital mato-grossense, o que pode favorecer a concentração de partículas na água, o que atrai os peixes para se alimentarem. Sobre a relação do comportamento dos peixes com a piracema, o biólogo explica que isso geralmente ocorre em trechos de rios onde há corredeiras, o que aparentemente não é visível no vídeo. “Os saltos parecem mais resultado de uma atividade intensa dos peixes. Ainda, na Ponte Júlio Müller, o Rio Cuiabá não apresenta corredeiras evidentes para os peixes saltarem”, analisou.
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