Tráfico de animais silvestres

Hoje o tráfico de animais no Brasil vai muito além do que podemos imaginar. Nosso País é um dos principais alvos para os traficantes, pois a fauna possui uma enorme biodiversidade. O tráfico de animais tornou-se um gigante comércio, chegando a movimentar cerca de 20 bilhões de dólares em todo o mundo, pois a mesma é considerada a terceira maior atividade ilícita, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas.

Os animais são fundamentais para o equilíbrio da natureza. São os mesmos dispersores de sementes e controladores populacionais de espécies, pois cada animal tem sua função específica e sua ausência pode acarretar sérios prejuízos incalculáveis para o nosso planeta. Maus-tratos aos animais é um crime previsto na Lei de Crimes Ambientais, no artigo 32. No entanto, traficantes não se intimidam com isso, capturam, transportam, vendem e os tratam como qualquer outra mercadoria, pois a pena para esse crime é considerado de menor potencial ofensivo.

Hoje o tráfico de animais ainda existe porque têm pessoas que compram e exploram esse comércio ilegal. Segundo agentes fiscalizadores, os animais traficados no Brasil são retirados principalmente nos estados da BA, PI. PE, MA, PB e CE.

Aproximadamente 90% dos animais traficados no Brasil são comercializados em nosso próprio território nacional. Depois de capturados, os mesmos são submetidos a várias práticas agressivas durante o transporte, são transportados em pequenos espaços, sem água e alimento e ainda muitos animais têm seus olhos furados, suas asas amarradas, suas garras e dentes arrancados e ossos fraturados.

Quando é realizada a apreensão de animais presos em cativeiros é absolutamente indispensável a presença de um biólogo e/ou veterinário para que possa ser feita a identificação das espécies e consequentemente encaminhar os mesmos para um centro de reabilitação e manejo. Hoje, conscientizar a população a não comprar animais é um método inicial eficaz, tendo em vista que se não houver procura, não haverá venda e isso daria fim a esse comércio ilegal que se estende por todo o mundo e cada vez mais vem explorando nossa fauna, trazendo assim o risco de extinção para diversas espécies.

* (Diego Batista Fonseca, acadêmico de Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e estagiário na Agência Municipal do Meio Ambiente)

Fonte: Diário da Manhã