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19 de Abril de 2024
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    Nos últimos 500 anos, atividade humana causou extinção de 322 animais

    Segundo estudo publicado em uma edição especial da revista Science, nossa espécie provocou a extinção de 322 animais ao longo dos últimos 500 anos, sendo dois terços nos últimos dois séculos.

    Muitos animais ainda correm o risco de desaparecer, e o ritmo de extinção de anfíbios e invertebrados preocupa os especialistas. O segundo grupo foi reduzido quase a metade, enquanto a população humana dobrou nos últimos 35 anos.

    Ecologistas, zoólogos e outros cientistas acreditam que podemos chegar a um ponto irreversível em escala global se medidas urgentes não forem tomadas para reverter esse processo.

    “Se as taxas atuais de crescimento continuarem a subir, a população humana chegará a 27 bilhões em 2100, o que é obviamente uma opção impensável e insustentável”, enfatiza o co-autor do estudo, Rodolfo Dirzo, professor de ciências ambientais da Universidade de Stanford.

    Dirzo e seus colegas sugerem uma “redução da pegada humana per capita” por meio do desenvolvimento e implementação de tecnologias neutras em carbono, produção mais eficiente de alimentos e produtos, redução do consumo e do desperdício. Segundo os pesquisadores, também é essencial frear o crescimento da população humana.

    Haldre Rogers e Josh Tewksbury, autores de outro artigo na mesma edição, acreditam que “os animais são importantes para as pessoas, mas em geral, são menos valorizados que alimentos, emprego, energia, dinheiro e desenvolvimento. Enquanto forem considerados irrelevantes para o atendimento dessas necessidades básicas, os animais selvagens sairão perdendo”, acrescentam.

    No entanto, preservar os animais e a saúde dos ecossistemas aquece economias em escala global. Tewksbury, diretor da Instituto Luc Hoffmann do Fundo Mundial para a Natureza, destaca que a pesca na Bacia do Rio Mekong, no Sudeste Asiático, sustenta 60 milhões de pessoas. Rogers, pesquisador do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Rice, acrescenta que 73% dos visitantes da Namíbia são turistas ecológicos, e o dinheiro que movimentam responde por 14,2% do crescimento econômico do país.

    Um outro artigo publicado na última edição da Science descreve medidas controversas, que vão além dos esforços básicos de conservação: o retorno à vida selvagem, ou seja, a reinserção de espécies subrepresentadas na natureza; a remoção de espécies invasoras e a ressurreição de espécies já extintas, talvez a mais polêmica de todas.

    “As implicações da ressurreição de espécies já são debatidas, e isso inclui o método de seleção dos melhores candidatos ao processo”, explica um dos autores do artigo, Philip Seddon. O zoólogo da Universidade de Otago afirma que os esforços de recuperação e reintrodução de espécies têm mostrado progressos.

    “A águia-careca, o condor da Califórnia e o peru selvagem são grandes histórias de sucesso”, comenta Rogers, citando espécies quase extintas nos Estados Unidos cujas populações voltaram a crescer, graças a projetos de reprodução assistida.

    Rogers e Tewksbury também estão trabalhando na ilha de Guam, onde a cobra-arbórea-marrom, uma espécie invasiva introduzida há 30 anos, praticamente dizimou os pássaros. Sem seus dispersores de sementes, as florestas foram prejudicadas, e os danos ambientais causaram prejuízos financeiros aos moradores.

    No entanto, é um erro limitar o valor dos animais não-humanos a seu valor econômico, acreditam os pesquisadores. “Assim como as pinturas rupestres, que representam o surgimento da arte, e os ícones globais da cultura e do esporte, os animais selvagens fazem parte da nossa sociedade, e sob uma perspectiva evolucionária, devemos a eles quem somos hoje”, comenta Tewksbury. “Portanto, a perda desses animais em várias partes do mundo é uma perda para toda a humanidade”, conclui.

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