ONG faz test-drive de cães para evitar novos abandonos
Perto de completar 13 anos de existência, a ONG Clube dos Vira-Latas já ajudou mais de 7.500 cães a ganharem novos lares. Uma das estratégias do grupo é montar o estande em eventos diversificados, como lojas de surf e material de construção, restaurantes e academias de ginástica.
"A gente só precisa de um espaço físico pequeno, como o de duas garagens, já que nossos cercados são padronizados. E todos os animais saem com termo de compromisso de adoção, com foto e um álbum com informações dadas pelo veterinário e exames feitos", explica Claudia Demarchi, diretora geral do abrigo.
Em cada feirinha organizada pela ONG, são levados de dez a 15 cães, geralmente os mais dóceis e os que já estão mais saudáveis. "Em cada evento podem ser doados um como dez. Mas, nesses 12 anos de feirinhas, a taxa de devolução nunca ultrapassou a dos 10%", contabiliza Demarchi.
"Test Dog"
Quem não conhece alguém que ganhou um cãozinho e teve uma série de problemas à medida que o animal crescia? Para evitar tais problemas de compatibilidade, a ONG adota o "test dog", em que a pessoa pode devolver o cachorro caso tenha problemas com ele. E até trocar.
"Cachorro não vem com manual. Não deu certo? Não tem problema. Assim evitamos que o animal seja abandonado na rua." Para perceber a interação do bicho com o novo tutor, a própria diretora leva o cão para o novo lar, caso o adotante não tenha carro.
E todos os animais que passam pelo abrigo são castrados. "Um casal, em dez anos procriando, resulta em 10 mil animais na rua. A proliferação é muito grande. Eu não dou nem pra minha mãe um bicho sem castrar", afirma a diretora.
Gastos
Atualmente com 500 animais alojados no abrigo, a ONG costuma gastar cerca de R$ 60 mil por mês, entre veterinários e os salários dos 15 funcionários. Entre rações, são consumidos, mensalmente, por volta de seis toneladas.
Como os cachorros são sempre doados, e nunca comercializados, o abrigo se sustenta com doações e venda de objetos confeccionados por eles, como calendários, camisetas e canetas.
A ONG tem a ajuda de muitos voluntários – entre eles, toda a diretoria –, que podem trabalhar nas campanhas de adoção, passeios e banho e tosa. "É muito relativo o número de pessoas que aparecem. Há tanto os que ajudam muito quanto aqueles que aparecem, tiram fotos para redes sociais e somem", lamenta a diretora.
O clube, que fica em Ribeirão Pires, grande São Paulo, não disponibiliza o endereço no site porque tem aqueles que abandonam animais na frente da ONG. Mas, quem tem interesse em ajudar ou visitar o local – 10h às 15h, há o e-mail contato@clubedosviralatas.org.br.
"Eu estou aqui há dez anos e, desde que eu entrei, ainda tem animal que continua aqui", finaliza a diretora.
Com informações de A Crítica.
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